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Efeitos das mudanças climáticas

Foto do escritor: Heleno Proiss SlompoHeleno Proiss Slompo

Algumas consequências das mudanças climáticas no meio ambiente


Imagem de Ahmet Sali, Unsplash


As mudanças climáticas é um dos temas mais relevantes da atualidade e merece uma atenção maior dado suas expressivas repercussões. No ano passado, em 2023, o mundo testemunhou um aumento de 2°C em relação ao período pré-industrial, sinalizando uma possível influência humana, conforme indicado pelos relatórios do IPCC e os cientistas. A situação é preocupante, com eventos extremos impactando cada vez mais as sociedades, sobretudo as mais vulneráveis. No Brasil, houve um alarmante aumento de 642% nas ondas de calor ao longo de 60 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Ademais, observa-se uma crescente incidência e extensão de secas, contrastadas por eventos de chuvas extremas em outras regiões. Diante desse cenário, é interessante compartilhar alguns dos impactos identificados pelos pesquisadores sobre climate change, levando em consideração as informações do Relatório do IPCC de 2022.


A proposta é explorar algumas das implicações ambientais, vistas como a base vital para todos os organismos do globo. Embora as cidades sejam um tema de interesse desde pelo processo de urbanização, é importante considerar que os impactos climáticos são multidimensionais, destacando a importância de reconhecer o meio ambiente como nossa residência primordial, precedendo o contexto urbano. Compreender esses efeitos aproxima o ser humano da natureza e do contínuo urbano-natural. Mesmo com mais de 55% da população mundial residindo em áreas urbanas, uma parte significativa da população restante vive em regiões distantes desses centros. Cada vez mais essas áreas remotas são as mais afetadas pelas mudanças climáticas, pois seus moradores dependem diretamente dos ciclos naturais para seu sustento, tornando-se mais vulneráveis a essas transformações. Não é surpreendente, portanto, que o Fundo de Perdas e Danos tenha se destacado como o principal resultado na Conferência das Partes (COP) de 2023.Parte superior do formulário


O conceito “mudanças climáticas” já reflete a multiplicidade dos efeitos, que não se restringe ao “aquecimento global”, mas aos diversos contrastes climáticos no globo. Em áreas tropicais, um aumento médio de temperatura pode significar um processo de savanização das florestas desta zona climática e a zona subtropical. Uma nova pressão ambiental seria criada para as espécies dessas regiões, o que as levaria a extinção. Fenômeno assim foi noticiado da Amazônia no ano de 2023, mesmo que não se possa atribuir exclusivamente a mudanças climáticas, mas ao Fenômeno ENOS, em sua fase quente, que cria um ambiente mais seco na Região Norte do país brasílico. Isso porque são fortes os indícios de que a Amazônia enfrenta outro problema: o desmatamento e os incêndios provocados. O clima seria mais um agente potencializador da redução da biodiversidade a curto prazo.


A mudança do regime hidrológico é uma correlação quase que perfeita como uma consequência das mudanças climáticas, dado que é o elemento meteorológico mais sensível e, no Brasil, se apresenta como a categoria de extremo mais comum. A mudança no padrão de chuvas excedentes ou deficitárias não termina na modificação deste ciclo: a queda de umidade do solo, pode elevar a taxa de queimadas nas florestas tropicais a ponto de prejudicar a taxa de reposição dela, como ocorre nas savanas. De igual modo, a mudança climática pode alterar o ciclo de carbono nas florestas tropicais, que agem como sumidouras deste elemento.


Mas pressão do clima é tão intensa que espécies de altitudes médias e baixas começaram a colonizar maiores altitudes. Isso levaria à uma competição das espécies autóctones, que são limitadas a esses ambientes, com as espécies exóticas. Esse fato geraria um desequilíbrio no ecossistema. A pressão cria um ambiente de stress para os organismos que migram para demais áreas ou passam por extinção caso não estabeleçam estratégias de sobrevivência. Existem àqueles que não conseguem migrar devido barreiras ecológicas como é o caso dos organismos das pequenas ilhas que são um dos ecossistemas de maior risco, dado sua localização geográfica isolada e sua configuração única. O risco para as espécies endêmicas destes hotsposts é alarmante. Isso se deve porque as tempestades e inundações costeiras decorrem em um ritmo cada vez mais acelerado cuja umas principais fontes é o derretimento da permafrost. É importante lembrar que os ambientes insulares são importantes para estudos nas diversas áreas do conhecimento, sobretudo a biológica.


Nas diversas regiões, são observadas inundações de maior magnitude, desencadeando efeitos como o aumento de doenças associadas à contaminação da água e a destruição de áreas. Simultaneamente, os lagos glaciares aumentam seu volume, gerando complicações para as comunidades e ecossistemas locais em decorrência desse fluxo excessivo de água.

Ao mesmo tempo, se enfrenta o desafio significativo da redução da permafrost, especialmente notável no Hemisfério Norte ao longo de todo o ano.


Por outro lado, a insegurança hídrica emerge devido a fenômenos de seca e à diminuição do armazenamento subterrâneo, alçando a severidade das secas. A mudança desse ciclo resulta na diminuição da umidade do solo e na perda crítica de recursos agrícolas, conforme observado de maneira marcante no continente africano. Esses eventos acentuam os desafios ambientais, contribuindo para a criação de um ambiente cada vez mais hostil para a vida.


Referências usadas


FIGUEIREDO, C. Número de dias com ondas de calor aumentou 642% em 60 anos no Brasil, diz estudo. BBC, 14 nov. 2023.


IPCC. Climate Change 2022: Impacts, Adaptation and Vulnerability.


PADDISON, A. D., Laura. Crise climática: mundo quebra limite de aquecimento de 2o C. BBC, 20 nov. 2023.

 


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